Existia uma cultura de que a vaca termina com a terra, aliás, ainda existe em muitos locais, de certa forma até é entendido, pois durante muito tempo produtores de leite implantavam pastagens sem a utilização de adubação e a grande maioria aguardava o azevém vir ao natural, este sim era um legítimo extrator de nutrientes do solo, pois não recebia adubação.
Hoje o conhecimento sobre manejo e adubação em pastagens é muito grande, mas em muitas propriedades ainda não está sendo aplicado.
Quais seriam os reais motivos da não aplicação destes conhecimentos nas propriedades?
- Tradição em não adubar pastagens, esta é uma cultura que vem sendo passada de geração em geração;
- Fomento de alguns “profissionais” de que não se deve adubar pastagens, pois o próprio sistema se auto sustenta em termos de fertilidade;
- Muitas propriedades ainda praticam processos aplicados na época da produção de subsistência;
- Falta de confiança na recomendação de forrageiras superiores;
- Falta de conhecimento em manejo de forrageiras;
- Erro no conceito de redução de custos, pois a maioria dos produtores acreditam que uma das formas de reduzir custos é cortar adubação na produção de forragens;
- Excesso de foco em genética animal, instalações e equipamentos e falta de foco na produção de alimentos;
Poderíamos enumerar muitas outras causas que travam a propriedade em termos de crescimento e exploração de áreas sem o empobrecimento do solo.
Poucas propriedades conhecem o real potencial produtivo que possui na propriedade, seja com animais ou solo, mas para chegar ao teto é preciso ter planejamento e coragem de mudar. Passar de um teor de matéria orgânica de 2.6% para 3.5% em 2 anos de trabalho diferenciado é possível, mas com muita disciplina em termos de manejo, investimento em adubação e espécies forrageiras superiores.
Mudar o famoso ditado de que “vaca termina com a terra” não é difícil, isto para quem quer encarar a atividade leite com profissionalismo. Exemplos estão espalhados por todos os lugares, basta ter a humildade de pedir ajuda, iniciando com uma boa conversa com aquele produtor que já evoluiu e depois com um profissional técnico sério e competente para implementar as mudanças.